Curioso notar como, no Amazonas, em especial alguns membros das alas progressistas, costumam referir-se ao governador de forma complacente, quase afável, dando a entender que se trata de um político comum, cujo único defeito é integrar as linhas bolsonareiras, quando os fatos navegam em vias absolutamente contrárias a isso. Se aqui é permitido um paradoxo, enquanto arauto da obscuridade, é possível dizer que o mandatário estadual tem luz própria.
Ou acaso não foi ele a recusar a compra antecipada de vacinas, mesmo com a população sendo devastada, afirmando que só o faria com o aval do Ministério da Saúde?
Ou ainda que, quando já se sabia do caos a ser instalado, recusou-se a fechar o comércio, dizendo que isso nem passava pela sua cabeça?
Ou, pasmem, segundo as palavras de seu próprio vice-governador, teria sido aquele que utilizou o estado como laboratório para a tese da imunidade de rebanho?
Tudo isso sem falar no pior capítulo de nossa história sanitária, que foi a crise do oxigênio. E a verdade é que o governo local executou na pandemia aquilo com que Bolsonaro pôde apenas sonhar, obtendo resultados altamente destrutivos.
Logo, é desnecessário, para uma crítica aos apoiadores - assumidos ou não - do governador, tratar dele como um assecla de Bolsonaro. Suas falhas e atos individuais já são suficientes para tanto. Que se o conteste nisso, e a discussão encontrará o essencial pleno de seu sentido.
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