O novo mandato de Lula começou, e, com ele, parece que finalmente podemos repousar sobre o leito da democracia normal, com seus debates e processos comuns, o que, aliás, depois de um período tenebroso, é o que merecemos.
Ingênuo engano. Pois, como já nos mostrou Goya, é no sono da razão que os monstros crescem. Foi isso também que a história recente nos disse. Enquanto achávamos que era plácido o caminho do progresso, os ardilosos tramaram a teia fascista, perpetrando seu ideário sorrateiramente até encontrar o instante certo de sua erupção.
Agora, como seus gritos ainda se ouvem nas redes e no congresso, pensa-se que ficamos em alerta, porém em todos os lugares se notam igualmente sinais de sonolência. A guerra acabou e o que se quer é ir para casa. Chega de discussões e conflitos. Os tempos são de paz.
Paz desarmada talvez, mas sem desmobilizar. No que deveríamos crer é que sob a luz do dia melhor se avança. Que tenhamos a disposição de permanecer ativos para afastar de vez as trevas, uma vez que no sono, só o que nos resta são tristes pesadelos.
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