Há a esquerda e há o esquerdismo. A primeira é dialética e crítica de seus próprios processos, e tem como único princípio inalterável defender os interesses do povo. Já o segundo se prende a fundamentos, e não sai de suas desarrazoadas convicções mesmo quando o real mostra que estão caducas.
Nas eleições correntes, a tarefa da esquerda, em especial do PT como partido majoritário, era tão somente uma. Ela deveria unir forças para derrotar não só Bolsonaro, mas todos os asseclas que podem fazer o fascismo manter-se mesmo após sua derrota. Assim, conseguiríamos de fato pensar a reconstrução do país em todas as suas regiões.
Contudo, no Amazonas, isso parece longe de acontecer. As principais lideranças petistas, mesmo tendo uma candidatura do próprio partido, insistem, por mero purismo, em não empenhar-se na empreita. Defendem que o que vale é manter uma suposta coerência, quando esta diante das mazelas da população não quer dizer rigorosamente nada. A comitiva nacional entendeu isso, e por essa razão caminha a passos firmes para a vitória.
É certo que não há partido sem divergências, e que as contradições são inerentes aos trâmites políticos. Porém, no que tange às questões partidárias, essas devem ser sempre internas. Para o grande o público, o que se deixa passar é sempre uma ação orgânica e conjunta.
Em suma, o PT local ainda tem muito o que crescer. Ruim para eles. Pior ainda para os pobres do Amazonas.
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