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Eleições gerais – um lembrete de Sartre


Na cabine de votação, só três fenômenos comparecem: o eleitor, a urna e a verdade. Esta última é sua escolha, e lá não adianta fingir. Os números digitados são a prova de sua condenação a ser livre. Ninguém o obrigou a confirmar ali. Apertou o botão verde porque escolheu.


Tal significa que seu voto é uma responsabilidade que irá ter de carregar para toda a existência. Responsabilidade que não é só por você, mas por todo mundo. Afinal, você optou pela nação e pela humanidade inteira. Eis aí o estado incontornável de sua universalidade intrínseca.

Claro, você pode capitular diante da angústia e recorrer à famosa má-fé, como fazem muitos. Então sairá dizendo que só votou em fulano por causa disso e daquilo, ou desse e daquele. Nesse momento, seguramente uma gargalhada virá, talvez lá do Café de Flore, ironizando o artifício usado para esconder-se de si. Só que não adiantará nada disso. Todos sabem, foi você que decidiu.


As considerações aqui feitas são fundadas no pensamento do filósofo Sartre. Porém, fato é que nem estas podem adiantar. Ali, diante das teclas, será você apenas sozinho, e uma escolha que afetará o mundo por completo. Que cada qual se ofereça um veredito.

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