Muito se fala, muito se comenta a respeito da maneira como o campo marxista deve comportar-se dentro dos processos eletivos no Brasil, se apoia candidatos, se vota em quem não esteja ligado ao marxismo. Para tentar contribuir no debate, trazemos aqui um breve comentário, o qual tem como base duas premissas que aparecem como ponto inicial de discussão:
1-Os processos eletivos não possuem relação necessária com os processos revolucionários.
2-Na democracia burguesa, os processos eletivos apenas constituem a confirmação de sua dinâmica, sem oportunidade de transposição.
Em sendo assim, diluem-se as possibilidades de vincular a ação revolucionária à escolha de governantes, de modo que a orientação participativa deve basear-se em outro princípio, mais geral e de fundo, qual seja, a minoração das mazelas do povo, o que nos leva à conclusão seguinte:
3-Numa eleição, cabe ao revolucionário escapar de abster-se, sob pena de castigar a população por tal feito, devendo desse modo optar pela candidatura que
mais atue em favor da classe oprimida.
Feito isso, não deverá o comunista sentir ter gerado mal algum a sua causa, e sim contribuído para a satisfação das necessidades imediatas dos mais pobres, enquanto segue seu trabalho de transvaloração da ordem da burguesia.
Mas, e quanto à participação dos partidos comunistas na lógica eletiva? Isso fica para outro texto. É muito mais longo seu caminho.
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