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Anuário Manaus/2022 - Prosa e Poesia




por Bruno Oliveira.


Em 2022, diversas foram as obras, tanto poesia quanto prosa, lançadas na cidade de Manaus. O objetivo deste Anuário é catalogá-las a fim apresentar a literatura produzida nessas paragens, ou seja, expor quais são os textos ficcionais que se materializaram por aqui. Lutando contra o esquecimento e tendo o fito de criar uma panorama do fazer literário na cidade, o movimento Segunda Via se lança a essa tarefa.



Prosa


Catedral dos Mortos, de Victor Leandro, lançada em novembro de 2022, pela Editora Transe, narra um dos momentos mais críticos da história recente de Manaus.



A narrativa se passa no dia 14 de janeiro de 2021, quando durante o período mais intenso da pandemia de covid-19, as unidades hospitalares da cidade ficaram sem oxigênio. Seguimos as histórias de quatro personagens que nos colocam frente a frente com essa situação. Um médico, um paciente, um jornalista e um morador da periferia da cidade intercalam as suas vozes para expor o descaso e a tragédia desse momento.

Destacamos também o formato interessante da obra, com um trabalho manual feito pela Editora Transe, que visa superar o aspecto comum e recorrente das obras lançadas dentro de uma estrutura comercial. Apresenta-se, portanto, tanto no aspecto formal quanto no seu conteúdo, como uma obra de arte.


Para mais informações e análises da obra é possível acessar os links abaixo. Recomendamos imensamente a leitura do texto de Breno Lacerda, que também está disponível no nosso site.




É possível encontrar a obra nas redes sociais da Editora Transe e também no site da Amazon.



 


Lançado em outubro de 2022 pelo site da Amazon, em formato e-book e físico, Hagiografia é o primeiro livro de Maurício Braga, que também é poeta e fanzineiro.



Hagiografia é o estudo sobre a biografia dos santos. Ezequiel é o santo desta obra que conta a sua história. A novela se passa em Manaus e acompanhamos a narrativa através do olhar e comentários de Junior - um não nome, uma não pessoa - um homem pacato que trabalha como atendente de uma biblioteca onde conhece Ezequiel, uma espécie de santo revolucionário que procura na metafísica e na física do corpo novas formas de existir. Esses dois personagens ocupam os polos, ao mesmo tempo que são complementares, da narrativa. São dois seres resultantes de uma sociedade provinciana que tem uma classe dominante retrógrada e mesquinha: um que aceita a sua condição passivamente e outro que tenta a sua superação.




É possível encontrar a obra por um preço simbólico de dois reais, no seguinte link:



 

Poesia



O Limiar das Fendas, livro poético de estreia de Douglas Laurindo, publicado em setembro de 2022, pela Editora Urutau.


A obra é uma espécie de manifesto sobre o existir queer, mas é também um texto sobre o corpo colonizado em suas diversas matizes: o filho colonizado pelo pai, o indigena pelo colonizador, a bicha pela ordem padrão, etc. É uma obra que procura dar voz aos marginalizados, não só no seu aspecto crítico, no sentido de denúncia, mas também no seu agir afetuoso consigo e com o outro.


O livro é dividido em duas partes (I - Bichas, Riso e Furo; II- Gael, Amor e Outros Territórios), em não mais que 60 páginas e tem como pósfacil um texto do professor Rayesley Ricarte. A obra está tendo uma boa recepção e já recebeu resenhas e críticas positivas, como é o caso da Revista Pernambuco.




É possível encontrar mais informações nos seguintes links:



 

Lançado em dezembro de 2022, pela Editora Valer, O Drone de Yebá Buró é o livro de estreia na poesia de Thiago Roney, que também já publicou dois livros de contos de forma independente.



A obra é composta como uma espécie de um poema único, embora existam as suas subdivisões, um poema mundo (ao mesmo tempo cósmico e político). Retrata a partir de um mito dessana a formação do universo pela mão da avó do mundo Yebá Buró, mais especificamente um dos seus microssistemas: a região norte do Brasil, a Amazônia.

O poema, além de retratar essa formação, dá voz a muitos descendentes da Yebá Buró que vivem as contradições e crises da colonização e modernização da região.



O livro, que foi escrito entre julho de 2021 e abril de 2022, tem não mais que 80 páginas e possui um posfácio escrito por Tenório Telles.



 

Lançado pela Editora Paralelo13S, Diálogo dos Afetos é o livro de estreia na poesia de Gabriel Albuquerque



Lançado em 2022, a obra recebeu o prêmio Cidade de Manaus, no ano de 2019, e constitui a primeira incursão poética editada pelo professor Gabriel Albuquerque, renomado crítico literário e estudioso da obra de Hilda Hilst, cujos ecos se fazem perceber em muitos dos intrigantes poemas de sua produção.







É possível conseguir a obra no seguinte link:





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